A 2.ª edição da Verlingue Expertise reúne líderes do setor da Saúde para discutir o futuro

27 novembro 2024
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Na manhã de 19 de novembro, teve lugar a 2.ª Edição da Conferência Verlingue Expertise, dedicada ao setor da Saúde, com o objetivo de aumentar a literacia em seguros e discutir os desafios e as transformações que têm moldado este setor em Portugal. O evento contou com a presença de cerca de 150 pessoas, incluindo seguradoras, clientes, parceiros, imprensa e entidades reguladoras.

A conferência teve início com uma apresentação do jornalista económico e professor Camilo Lourenço, que partilhou a sua perspetiva sobre o contexto atual do Sistema Nacional de Saúde (SNS).
Este foi o ponto de partida para dois painéis de discussão entre os maiores prestadores de cuidados de saúde privados do país – CUF Saúde, Luz Saúde, Lusíadas e Fundação Champalimaud – e os principais gestores de seguros de saúde, incluindo Multicare, Médis, Advancecare, Mútua Portuguesa de Saúde e a Verlingue.

Foram debatidos temas como a evolução do SNS, os desafios enfrentados pelos prestadores de cuidados privados e os impactos para as seguradoras de saúde, além de explorar as tendências de inovação e a utilização de novas tecnologias no setor.

Moderador: Sofia Melo Mendes

Painel de discussão I: A visão dos prestadores de cuidados de saúde

Oradores:

  • António Chumbinho, Diretor Operacional @Fundação Champalimaud
  • Luís Drummond Borges, Board Member @Lusíadas
  • Rui Diniz, CEO @CUF Saúde
  • Tomás Branquinho da Fonseca, COO @Luz Saúde

O painel de discussão abordou vários desafios e transformações no setor da saúde, destacando o impacto das condições do Sistema Nacional de Saúde (SNS) e o papel do setor privado. Um dos principais pontos discutidos foi o aumento dos custos operacionais, com destaque para os custos com recursos humanos, que representam uma parte significativa das despesas dos prestadores de cuidados de saúde, como hospitais privados. Esse aumento é impulsionado por fatores como a melhoria das condições de trabalho no SNS, o avanço da tecnologia e da inovação farmacológica,
que elevam o custo dos tratamentos.

A importância da inovação tecnológica foi um tema recorrente. As novas tecnologias, como a inteligência artificial, estão a transformar os cuidados clínicos, permitindo diagnósticos mais rápidos e tratamentos mais precisos. No entanto, essas inovações também aumentam os custos operacionais, o que tem implicações para os seguros de saúde. A digitalização da jornada do paciente, incluindo agendamentos e pagamentos online, também foi destacada como uma forma de reduzir custos e melhorar a experiência do paciente.

A discussão também abordou a necessidade de repensar as estratégias de prevenção, diagnosticando problemas precocemente e tratando doenças crónicas de forma mais eficaz. Além disso, foi sublinhado que a gestão eficaz dos recursos humanos, com maior concentração de médicos em áreas específicas, poderia ajudar a otimizar os cuidados de saúde e reduzir a pressão sobre os sistemas de urgência.

Outro ponto importante foi a necessidade de uma abordagem colaborativa entre o setor público e privado. Embora o SNS represente uma parte significativa dos cuidados de saúde em Portugal, o setor privado tem um papel crucial, oferecendo alternativas e aumentando a capacidade de resposta do sistema de saúde. No entanto, a sustentabilidade financeira do setor privado também está a ser impactada pela pressão dos custos e pela crescente utilização dos serviços.

Por fim, foi abordada a questão dos seguros de saúde e a necessidade de evoluir as apólices, com um foco maior em coberturas de risco, internamento e tratamentos de longo prazo, como a oncologia, e não apenas em coberturas de consumo, como o ambulatório. Para garantir a viabilidade financeira, os seguros de saúde devem ser repensados, com soluções mais sustentáveis a longo prazo.

Moderador: Camilo Lourenço

Painel de discussão II: A visão dos gestores de cuidados de Saúde

Oradores:

  • Ana Rita Gomes, Board Member @Multicare
  • Luís Prazeres, Member of the Board @AdvanceCare
  • Nelson Rianço, CEO @Mútua Portuguesa da Saúde
  • Pedro Correia, Diretor Coordenador @Médis
  • Alexandra Cordeiro, Head Health @Verlingue Portugal

A crise inflacionária dos últimos anos e o aumento da procura por serviços de Saúde, tanto no setor público quanto privado, têm impactado diretamente os preços dos seguros de Saúde. A crescente utilização de serviços médicos, com ênfase na utilização mais frequente e precoce, tem levado as seguradoras a repensar a gestão e os modelos de cobertura.

Uma das principais preocupações discutidas foi a necessidade de maior racionalidade no uso dos serviços de Saúde, com o objetivo de melhorar a eficiência e reduzir os custos. A digitalização e a telemedicina foram destacadas como ferramentas-chave para melhorar o acesso a cuidados e otimizar processos, oferecendo serviços mais convenientes e acessíveis para os pacientes. A introdução de novas modalidades, como consultas online e apoio remoto, está a ajudar a diminuir a pressão sobre os recursos médicos e a tornar o sistema de Saúde mais ágil. As seguradoras estão também a considerar o aumento das coberturas para áreas como a Saúde mental e os cuidados paliativos, dada a crescente procura por esses serviços.

Algumas seguradoras destacaram a importância de manter uma visão de longo prazo e de criar soluções mais sustentáveis, em vez de simplesmente ajustar os prémios anualmente com base na sinistralidade. A adaptação a modelos de pagamento alternativos e a implementação de soluções modulares também foram discutidas como formas de melhorar a flexibilidade dos seguros.

O futuro dos seguros de Saúde será, portanto, moldado pela colaboração entre seguradoras, prestadores de cuidados de Saúde privados e corretoras. Segundo a Alexandra Cordeiro, Head of Life & Health da Verlingue Portugal, “Na Verlingue, sempre apostámos muito na Saúde e temos vindo a reforçar a nossa área técnica para dar resposta a todos estes desafios, mas temos de trabalhar de mãos dadas com as seguradoras e as seguradoras com os prestadores de cuidados de Saúde privados, porque só assim vamos conseguir entregar o melhor serviço no final do dia”.

A conferência permitiu, ainda, reforçar a missão da corretora (“Protegemos o Futuro”) e o seu compromisso com a comunidade, ao doar apoio financeiro a quatro associações ligadas ao setor da Saúde, com base na escolha dos convidados presentes. As associações apoiadas foram: Liga Portuguesa Contra o Cancro, Associação Salvador, ARIA e Raríssimas.

A 3.ª Edição da Conferência Verlingue Expertise está já agendada para 2025, prometendo promover a literacia noutro ramo segurador, setor de atividade ou risco corporativo.